Ir Pedro Jorge de Alcantara Albani M∴M∴
Membro da Academia Maçônica de Ciências, Letas e Artes da COMAB
Membro da Academia Maçônica de Letras de Juiz de Fora e Região
Membro da Loja Maçônica Montanheses Livres Oriente de Juiz de Fora
A estória que vou contar imita a vida, o despertar da fraternidade e a busca da essência do Natal, no mundo do faz de conta. Talvez alguns ao lerem dirão que já ouviram e viram tal enredo, mas devo esclarecer que é uma obra de ficção e qualquer semelhança é simplesmente o acaso. Vamos ao conto senão ficará longo e ninguém terminará de ler;
Era uma vez, assim começavam as estória da minha infância, em uma cidadezinha do mundo do faz de conta, havia sido afetada por uma pandemia em sua lavoura, levando lentamente as pessoas a perderem seus bens, a empobrecerem. Muitos por vergonha deixaram de sair de casa, para não mostrarem aos vizinhos sua pobreza e suas roupas em frangalhos. Isolaram-se em suas residências, alimentando-se do que podiam; Algumas pessoas que tinham que sair eram hostilizadas, pelos moradores que de dentro de suas casas gritavam para não enfeiarem a cidade;
O Prefeito preocupado, para manter o status da cidade e para não mostrar a pobreza proibiu os moradores de saírem de casa, se estivessem maltrapilhos;
No meio dessa avalanche, o Natal bate à porta de todos. Muitos se perguntam, que Natal, sem fartura de guloseimas, sem presentes a serem ofertados, sem roupas novas. Que Natal será este!!!!! O desânimo estava estampado em cada casa, em cada olhar;
Porém uma menininha que adorava a magia do Natal insistia pela comemoração. Com tanta insistência, os pais e avós se renderam ao pedido. Juntaram o que podiam, para a ceia; a bebida foi água com algumas folhas de hortelã, juntaram os poucos ovos e fizeram com muito esmero ovos mexidos. A vovó teve a ideia ao invés de presentes iriam escrever o que desejavam;
Na noite de Natal, poucas casas estavam iluminadas e, mas uma delas era a casa da menininha. Ceia posta, começou a abertura dos presentes, ou melhor, a leitura do que haviam redigido. A mãe havia escrito que desejava ter sempre sua família unida, independente dos acontecimentos; Vovô foi o próximo, demorou um pouco, pois havia esquecido onde estavam seus óculos que, como sempre estavam pendurados no pescoço. Disse saúde para todos, pois sem ela morremos ainda em vida; o pai foi o próximo, disse que a fraternidade jamais poderá ser apagada na família. A vó disse que queria a liberdade de poder voltar a vida ao normal.
Foi à vez da menininha, que havia feito uma lista grande de pedidos, naquele momento, porém, ela foi tocada pelo espírito do Natal. Dobrou a folha e simplesmente agradeceu a Deus pela família que ela havia sido presenteada;
A mãe chorando começou a orar, sendo seguida pelos demais, seu canto foi tão potente que as casas vizinhas foram aos poucos acendendo e tomando as cores da vida. Um a um foram saindo de suas casas para acompanharem a oração, logo todos estavam orando, muitos em lágrimas regavam a terra. Deus em sua morada é despertado pelas orações, lembrando-se do ultimo Natal verdadeiro ocorrido há dois mil e vinte um anos e também chorou, derramando sobre todos a sua benção e prosperidade;
Revendo essa estória, fico a pensar, quando deixamos que os presentes se tornassem formas de afetos, quando mensagens de WhatsApp, que substituíram os cartões passaram a levarem palavras frias de Feliz Natal, e não de forma presencial. As mesas fartas e bebidas retiraram as orações do cardápio. Realmente não sei, mas que a lição dada nos últimos tempos, podem nos fazer refletir e buscarmos a essência do momento e não esquecermos da sua liturgia da celebração;
Em tempo; A cidadezinha despertou no dia seguinte disposta a mudar suas vidas, hoje é uma comunidade próspera e unida, graças a uma menininha abençoada pelo menino Jesus.
E foram felizes para sempre.